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A Morte de Um Evangelista

Alex Kocman


Guerra Espiritual e o Assassinato de Charlie Kirk


Em 1949, Arthur Miller publicou Death of a Salesman (A Morte de um Caixeiro-Viajante), a trágica história de Willy Loman, um vendedor itinerante envelhecido cuja busca vazia pelo Sonho Americano termina em desespero e suicídio. Por décadas, a peça de Miller serviu como símbolo do vazio material, do conflito geracional e do anseio humano por significado.


Na semana passada, testemunhamos não a morte de um caixeiro-viajante, mas a morte de um evangelista — Charlie Kirk.


Os contrastes não poderiam ser mais nítidos. Willy Loman estava envelhecendo; Charlie Kirk estava no auge da juventude. Loman descobriu o vazio do sonho americano, enquanto Kirk o abraçou de todo coração. A história de Loman é de conflito entre gerações, enquanto a de Kirk é de mobilização geracional. A vida de Loman era vazia, enquanto a de Kirk era gloriosamente repleta de propósito, família e fé corajosa. Loman tirou a própria vida, enquanto Charlie Kirk foi assassinado politicamente. A natureza política desse assassinato é inegável, apesar das tentativas da mídia tradicional de relativizar o evento em sua narrativa. Mas sua natureza espiritual também não deve ser ignorada.


Charlie Kirk, Evangelista


Sim, Kirk era um organizador político, e incrivelmente talentoso. Abandonando a faculdade aos 18 anos, construiu o que se tornou uma operação de 80 milhões de dólares com influência inegável em eleições presidenciais. Mas sua visão ia além da política. Ele acreditava, corretamente, que a política flui da cultura, e a cultura do cultus — daquilo que um povo adora. E Kirk adorava a Cristo.


Suas ferramentas eram políticas e sua mente filosófica. Mas seu coração pulsava com zelo pelo evangelho de Jesus Cristo. Os que conviviam com ele testemunham que sua fé não era apenas uma postura pública; ela marcava sua vida privada de forma incontestável. Isso levanta a questão: sua ousadia pública por Cristo o tornou mais alvo? Eu creio que sim. Condenado amplamente por esquerdistas como “pouco simpático”, Kirk provou que Spurgeon estava certo: “Homens de coração ousado são sempre chamados de malvados por covardes que recuam diante de verdades desagradáveis que salvam almas.”


O assassinato de Kirk não é apenas mais um degrau na decadência do já frágil discurso cívico americano; é guerra espiritual em forma cinética. Estamos testemunhando a manifestação física e externa de uma guerra espiritual e ideológica invisível que já fervia intensamente sob a superfície da sociedade.


O Chamado que Não Podemos Evitar


Cristãos são chamados a viver vidas tranquilas e fiéis — amando os vizinhos, perdoando inimigos, proclamando o evangelho, aguardando a bendita esperança. Mas “tranquilo” nunca significou indiferente. Muitos de nós confundimos fidelidade ordinária com indiferença plácida, preocupando-nos com as nações distantes enquanto negligenciamos a nossa própria.


A Grande Comissão não termina em “fazer discípulos”, mas nos ordena ensinar as nações a obedecer a tudo o que Cristo ordenou (Mateus 28:19–20). Isso significa que a moralidade pública importa. A retidão cívica importa. E, como Aragorn advertiu o rei Théoden, a guerra aberta está sobre nós, quer a busquemos ou não. Talvez não estejamos interessados na guerra cultural. Mas a guerra cultural está muito interessada em nós.


Kirk entendia isso. Sua paixão política tinha pouco a ver com debater alíquotas marginais de imposto ou outros temas pedantes. Ele se importava com questões culturais porque sabia que cada uma delas, no fim, era uma questão moral — e toda questão moral repousa sobre uma afirmação espiritual.


Um Tipo Diferente de Martírio


Como alguém que trabalha com missionários em minha função integral, talvez eu tivesse dito, no início desta semana, que Kirk levava uma vida mais segura do que missionários no Iêmen ou na China. Agora já não tenho tanta certeza. Qualquer um que proclame Cristo publicamente, seja num bazar no Oriente Médio ou num campus em Utah, enfrentará oposição — não apenas de forças políticas, mas também de forças espirituais sombrias.


Paulo nos alertou: “Todos os que desejam viver piedosamente em Cristo Jesus serão perseguidos” (2 Timóteo 3:12). Não há rota de escape por meio de nuances, tom ou simpatia. O evangelho ofende, e suas implicações para a vida pública ofendem ainda mais. Não podemos recuar diante de “verdades desagradáveis que salvam almas”. Isso inclui não apenas a salvação, mas a lei moral que revela nossa necessidade de salvação. Um recuo para uma retórica “terceira via” não pode nos salvar.


Precisamos de missionários no Ocidente com a ousadia de ativistas, e de ativistas com o fogo de missionários que sabem que Cristo é Senhor sobre todas as esferas da vida. Assim como William Carey pregou Cristo e também defendeu reformas na Índia, também devemos pregar Cristo e lutar pela justiça aqui.


Como meu amigo Josh Daws disse recentemente, talvez seja hora de parar de tratar a guerra cultural como uma distração do evangelho — e começar a vê-la como uma plataforma para o evangelho.


(Esse texto de Alex Kocman foi publicado originalmente em inglês no portal AmericanReformer.org e traduzido com permissão. Você pode acessar o texto original no site do portal American Reformer aqui.)

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