top of page

Charlie Kirk e o Mito da Polarização

Por Rafael Salazar


Todos estão em choque pela tragédia. E isso não sem razão. Foi a maior demonstração de crueldade e maldade dos últimos tempos. Ele não era um cristão qualquer e muito menos um comentarista político qualquer. O Dr. Joe Rigney, autor reformado e ex-presidente do Bethlehem College & Seminary chamou Charlie de "o maior evangelista da nossa era". Seus vídeos explicando questões controversas e apresentando o evangelho alcançavam bilhões de visualizações. Seu campo missionário era o campus universitário e a mídia social.


A morte por assassinato político de um pai de 31 anos em meio a um evento ao ar livre em uma universidade é surreal. Foi cometido em frente da sua filha de três anos de idade. Isso não é e, com a graça de Deus, nunca será normal. Isso precisa nos abalar e nos fazer questionar muitas das nossas ideias e posições sobre o momento cultural delicado que vivemos. Como entender o significado dessa situação tão trágica?


Nessa busca por respostas, uma ideia rápida e simplista tem confundido certos cristãos. Alguns erram em culpar a morte de Charlie Kirk na “polarização da sociedade”, mas isso é uma visão míope da situação. A divergência intensa não puxou o gatilho do rifle, foi apenas um dos pólos. Todos os maiores atentados e assassinatos políticos dos últimos 10 anos foram rotineiramente cometidos pela esquerda radical. Apenas um lado apela para a violência e a crueldade. Isso não é por acaso. A renomada apologista cristã Nancy Pearcey citou recentemente sobre o assassinato que “o ódio intenso fomentado pela ideologia marxista cultural da esquerda é uma característica, não uma exceção”. Não existe uma equivalência moral entre a esquerda moderna e a direita moderna. Isso é uma ilusão confortável, mas profundamente perigosa.


É uma forma de negacionismo da realidade crua que se impões sobre a nossa época. A sociedade foi sequestrada por uma ideologia esquerdista radicalizada e violenta com uma faca no pescoço da cultura e que exige rendição sem resistência. Esse é o retrato da polarização. A guerra cultural foi infligida arbitrariamente por esse elemento revolucionário na sociedade, destruindo o que Francis Schaeffer denominou de “consenso cristão”. Sua exigência para paz é zero resistência. Eles afirmam categoricamente: “Renda sua família, amigos, igreja e filhos. Senão, você sofrerá por isso”.


Acontece que para muitos assistindo a cena do sequestro e da chantagem, eles equalizam a situação do sequestrado com o sequestrador. Se o sequestrado resistir, ele é igualmente culpado por sua morte nas mãos do sequestrador. “Se tivesse ficado calado, não morreria”. Essa, no entanto, é mais uma ilusão. Se a vítima não resistir, já estará morta. Isso se dá porque somos mais do que corpo. Somos alma vivente. E para alguém que rende tudo que é mais sagrado: família, igreja, filhos, sem nem lutar por amor a eles, já está morto. A culpa não é da “polarização”, é do polo agressor. Não é o conflito que mata a vítima, é o criminoso. Clareza é essencial para que possamos tomar providências e lidar com o mal que nos assombra nesses dias sombrios.


Esse assassinato foi a mais clara evidência do mal que eu já testemunhei em minha vida até o momento. Charlie afirmou em suas próprias palavras que a sua missão de vida era: identificar e combater o mal na nossa sociedade. Isso acontecia na arena pública, aos olhos de tudo e todos. Ele debatia sobre política, sexualidade, economia, ciência e fala sempre sobre sua inabalável fé no Evangelho de Cristo. Ele foi foi extremamente eficaz em sua missão de identificar e combater o mal. E por essa razão, ele foi baleado e morto na frente de sua filha de 3 anos e de milhares de estudantes que ouviam sua mensagem. Essa cena precisa ficar gravada na sua mente. Um ato cruel de maldade que retrata bem as forças contra as quais estamos lutando em nossa época. São forças demoníacas. Elas se escudam sob uma bandeira política de esquerda, mas são espirituais. Estamos combatendo uma cultura de morte. Ela é real e precisa ser parada imediatamente, ou baterá na porta da sua casa.


Quantos Charlies precisam morrer para os cristãos acordarem para o fato de que estamos em uma guerra que não escolhemos travar, mas está sendo travada contra nós? As palavras de Francis Schaeffer permanecem verdadeiras:


Não se engane. Nós cristãos evangélicos que cremos na Bíblia estamos travando uma batalha. Não se trata de uma discussão amigável entre pessoas educadas. É um conflito decisivo entre as forças espirituais do mal e aqueles que se chamam pelo nome de Cristo. É um conflito no nível das ideias, travado entre duas visões fundamentalmente opostas da verdade e da realidade. É um conflito no nível das ações, travado entre o caos e a perversão moral completa e os absolutos de Deus.

E ele continua com uma clareza excepcional. Ele nos questiona como nós temos reagido à realidade:

Mas será que cremos, de fato, que estamos participando de uma batalha decisiva? Cremos que nossa participação nessa batalha faz diferença no destino eterno de homens e mulheres? Ou se, neste mundo, as pessoas terão uma vida com ou sem sentido? Ou ainda, se viverão em um ambiente de perversão e degradação moral? Infelizmente, somos obrigados a dizer que poucos no âmbito evangélico têm agido de acordo com essa realidade.

Essas palavras de Schaeffer foram escritas em 1984, em seu último livro publicado: "O Grande Desastre Evangélico".


Que Deus tenha misericórdia da igreja cristã ao redor do mundo e use esse martírio para inspirar e mobilizar milhões pela causa de combater o mal. É hora de ação decisiva, motivada por amor, e piedosa. Que lutemos com palavras de vida, que fluem do trono de Deus. Que chamemos o mal do esquerdismo radical de demoníaco, como ele de fato o é. Que nos recusemos a aceitar platitudes vazias e ilusórias sobre equivalência moral entre todos os lados políticos. Façamos isso, por amor a Cristo e pelo bem do próximo. Vidas estão em jogo.

Comentários


Seja parte da Éden!

Obrigado pelo envio!

  • Ícone do Facebook Branco
  • Ícone do Instagram Branco
  • Twitter

Produzimos conteúdo evangélico e Reformado com foco devocional, prático e experimental. Tudo para te edificar na fé e aumentar sua alegria em Deus.

© 2024 Todos os direitos reservados por Grupo Éden.

ÉDEN PUBLICAÇÕES - Postal Box 7043 - SHIS QI 17 Comercio Local - Brasília, DF - 71645-970, Brazil

bottom of page