O Avivamento Missionário na Alemanha
- Éden Publicações
- 13 de ago.
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Em 1732, na vila de Herrnhut, no leste da Alemanha, dois jovens da comunidade morávia se levantaram diante de sua congregação com um propósito incomum. Haviam sido profundamente tocados pelo relato de um homem que visitara a colônia dinamarquesa nas Índias Ocidentais, onde milhares de escravos africanos viviam e morriam sem jamais ouvir falar de Cristo.
Essas pessoas eram mantidas em condições tão degradantes que até mesmo a presença de missionários era proibida.
Conscientes dessa barreira, os dois jovens anunciaram que, se fosse necessário, venderiam a si mesmos como escravos para poder viver entre aqueles cativos e lhes anunciar o Evangelho. Eles não buscavam uma obra breve ou superficial: estavam prontos para compartilhar a vida e o destino daquelas pessoas, custasse o que custasse.
O gesto não foi isolado. Ele era fruto de um mover espiritual que havia transformado Herrnhut nos anos anteriores. A comunidade morávia, sob a liderança do conde Nikolaus Ludwig von Zinzendorf, vivia um reavivamento marcado por oração constante, a chamada “vigília de 100 anos”, em que turnos de irmãos se revezavam em intercessão dia e noite. Esse ambiente de fervor, comunhão e centralidade nas Escrituras gerou um entendimento profundo de que a Igreja não existe para si mesma, mas para glorificar a Deus também na proclamação do Evangelho ao mundo.
Nos vinte anos seguintes à partida daqueles dois jovens, os morávios enviaram mais missionários do que todos os outros grupos protestantes haviam enviado em duzentos anos. Sua atuação alcançou lugares remotos, povos desprezados e regiões onde outros não ousavam ir. Não se tratava de um esforço impulsionado por poder humano, mas por duas convicções que moldavam sua vida comunitária:
A evangelização mundial não é um projeto opcional, mas uma obrigação primordial da Igreja, enraizada na ordem de Cristo em Mateus 28.
Cada membro da comunidade cristã, sem exceção, é responsável diante de Deus por participar dessa missão — seja indo, sustentando, orando ou encorajando.
Essas convicções faziam com que os morávios não vissem a obra missionária como uma especialidade restrita a alguns, mas como uma expressão natural de uma fé viva. Por isso, homens e mulheres, jovens e idosos, solteiros e famílias inteiras, dispunham-se a partir, muitas vezes sem perspectiva de retorno.
Hoje, séculos depois, essa história continua a confrontar e inspirar. A igreja contemporânea vive em um mundo de facilidades tecnológicas, de recursos abundantes e de liberdade religiosa em muitos lugares, mas ainda há povos não alcançados, regiões hostis e contextos de profunda opressão espiritual. A coragem dos morávios não foi fruto de uma personalidade aventureira ou de um impulso momentâneo, mas de um discipulado radical que via a vida como algo a ser gasto pelo Reino.
A necessidade permanece. Missionários continuam deixando lares e nações para servir em lugares onde a presença de cristãos é mínima ou inexistente. Mas para que isso aconteça, a obra missionária precisa do envolvimento de todo o corpo de Cristo.
Apoiar missionários não é apenas um ato de generosidade; é um dever espiritual.
É participar, mesmo à distância, daquilo que Deus está fazendo no mundo. É lembrar que, como aqueles dois jovens, nós também fomos comprados por um preço e enviados a viver não para nós mesmos, mas para Aquele que morreu e ressuscitou por nós.
O filme “Primeiros Frutos” conta a história desses dois jovens morávios e o impacto que seu passo de fé gerou. Mais do que um relato histórico, ele nos convida a meditar sobre o que significa realmente estar disposto a perder tudo para que Cristo seja conhecido. Ao assistir, não vemos apenas o passado, mas um espelho que nos pergunta: qual é o fruto que a nossa geração deixará para a glória de Deus?
Assine a Éden+ para assistir e prepare-se para se emocionar com o mover de Deus através da vida de homens comuns que disseram sim ao verdadeiro discipulado.
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